
(Imagem: Wilson Dias/Agência Brasil)
O Governo está estudando reajustar o Bolsa Família em meio à alta de alimentos, disse ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias. “A decisão vai ser tomada até o final de março”, afirmou.
Em entrevista ao DW, o ministro destacou que a recente elevação nos preços dos alimentos, que registraram uma inflação de pouco mais de 8% em 2024, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), motivou a consideração de um ajuste no benefício.
“O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá”, disse.
Dias afirmou que a decisão será tomada em diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ponderando se será um reajuste no valor ou um complemento específico para alimentação.
Atualmente, o Bolsa Família atende 20,8 milhões de famílias. O ministro ressaltou que, apesar do número “elevado”, a tendência é de redução no total de beneficiários, à medida que mais pessoas “superam a pobreza” — “estão se formando, se qualificando, empreendendo”, disse.
A partir desta semana, a pasta de Dias também planeja atrair mais países para a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza durante a primeira reunião da iniciativa em Roma. O projeto foi lançado em novembro do ano passado durante a cúpula do G20.
Possível ajuste do Bolsa Família repercute nos mercados
A fala do ministro do Desenvolvimento refletiu nos juros futuros e no dólar.
Os juros futuros aceleraram os ganhos em toda a curva na última hora. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026, de curtíssimo prazo, opera a 15,03% ante o ajuste anterior de 14,93%. A taxa do DI para 2033 sobe 14,75% ante 14,58% no ajuste anterior.
Já o dólar à vista renovou máxima ao atingir R$ 5,8086, com alta de 0,78%.
Tanto a curva de juros quanto o dólar também acompanham a disparada dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries, com a notícia de que o presidente Donald Trump vai anunciar taxas recíprocas a diversos países.
Há também o aumento das apostas de que o Federal Reserve deve manter os juros elevados por mais tempo após o payroll mais fraco que o esperado.